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23 julho 2004

William Blake, Bruce Dickinson, alquimia e poesia

Posted on 7/23/2004 01:33:00 AM by Pedro Neiva

sica
Bruce Dickinson  Posted by Hello


Dark Saga Revisited

The ladder falls away                 A escada decai para longe 
At the gates of Urizen                Nos portões de Urizen 
Fallen eagles blaze                     Águias enfraquecidas queimam 
At the gates of Urizen                Nos portões de Urizen 
Eternal twins are damned        Gêmeos eternos são condenados 
At the gates of Urizen                Nos portões de Urizen 
Separate lives begin...               Vidas separadas começam...   



  O pequeno texto acima que nos serve de mote é parte de Gates of Urizen, composição de Bruce Dickinson que está presente no  Àlbum Chemical Wedding. Chemical Wedding fala sobre alquimia e tem o respaldo de uma personagem: o poeta, ilustrador, pintor e alquimista inglês William Blake. Nascido a 28 de Novembro de 1757 em Londres, o terceiro filho do casal Blake tornou-se conhecido por seus livros The Book of Thel, The Marriage of Heaven and Hell, The First Book of Urizen e por seus trabalhos como ilustrador (alguns de seus quadros chegaram até nós durante a XXIV Bienal internacional) Fez aquarelas para o Livro de Jó e ilustração para a Divina Comédia, de Dante. Encontramos no Brasil uma versão bilingüe para O Livro de Thel, para O Casamento do Céu e do Inferno e seu demônio Urizen atualmente é encontrado nas ilustrações de Capullo.


Pintura de Blake  Posted by Hello


 Provérbios do Inferno


No tempo de semeadura, aprende; na colheita, ensina; no inverno, desfruta.
Conduz teu carro e teu arado sobre a ossada dos mortos.
O caminho do excesso leva ao palácio da sabedoria.
A prudência é uma rica, feia e velha donzela cortejada pela Impotência.
Aquele que deseja e não age engendra a peste.
O verme perdoa o arado que o corta.
Imerge no rio aquele que ama a água.
O tolo não vê a mesma árvore que o sábio vê.
Aquele cuja face não fulgura jamais será uma estrela.
A Eternidade anda enamorada dos frutos do tempo.
À laboriosa abelha não sobra tempo para tristezas.
As horas de insensatez são medidas pelo relógio, as de sabedoria, porém, não há relógio que as meça.
Todo alimento sadio se colhe sem rede e sem laço.
Toma número, peso e medida em ano de míngua.
Ave alguma se eleva a grande altura, se se eleva com suas próprias asas.
Um cadáver não revida agravos.
O ato mais alto é priorizar o outro.
Se o tolo persistisse em sua tolice, sábio se tornaria.
A tolice é o manto da malandrice.
Prisões se constroem com pedras da Lei; Bordéis, com tijolos da Religião.
A vanglória do pavão é a glória de Deus.
O cabritismo do bode é a bondade de Deus.
A fúria do leão é a sabedoria de Deus.
A nudez da mulher é a obra de Deus.
Excesso de pranto ri.
Excesso de riso chora.
O Rugir de leões, o uivar dos lobos, o furor do mar em procela e a espada destruidora são fragmentos de eternidade, demasiado grandes para o olho humano.
A raposa culpa o ardil, não a si mesma.
Júbilo fecunda.
Tristeza engendra.
Vista o homem a pele do leão, a mulher, o velo da ovelha.
O pássaro um ninho, a aranha uma teia, homem amizade.
O tolo, egoísta e risonho, e o tolo, sisudo e tristonho, serão ambos julgados sábios, para que sejam exemplo.
O que agora se prova outrora foi imaginário.
O rato, o camundongo, a raposa e o coelho espreitam as raízes: o leão, o tigre, o cavalo e o elefante espreitam os frutos.
A cisterna contém: a fonte transborda.
Uma só idéia impregna a imensidão.
Dize sempre o que pensas e o vil te evitará.
Tudo em que se pode crer é imagem da verdade.
Jamais uma águia perdeu tanto tempo como quando se dispôs a aprender com a gralha.
A raposa provê a si mesma, mas Deus provê ao leão.
De manhã, pensa.
Ao meio dia, age.
Ao entardecer, come.
De noite, dorme.
Quem consentiu que dele te aproveitasses, este te conhece.
Assim como o arado segue as palavras, Deus recompensa as preces.
Os tigres da ira são mais sábios que os cavalos da instrução.
Da água estagnada espera veneno.
Jamais saberás o que é suficiente, se não souberes o que é mais suficiente.
Ouve a crítica do tolo! é um direito régio!
Os olhos de fogo, as narinas de ar, a boca de água, a barba de terra.
O fraco em coragem é forte em astúcia.
A macieira jamais pergunta à faia como crescer; nem o leão ao cavalo como apanhar sua presa.
Quem reconhecido recebe, abundante colheita obtém.
Se outros não fossem tolos, seríamos nós.
A alma imersa em deleite jamais será maculada.
Quando vês uma águia, vês uma parcela do gênio; ergue a cabeça!
Assim como a lagarta escolhe as mais belas folhas para pôr seus ovos, o sacerdote lança suas maldições sobre as alegrias mais belas.
Criar uma pequena flor é labor de séculos.
Maldição tenciona: Bênção relaxa.
O melhor vinho é o mais velho, a melhor água, a mais nova.
Orações não aram! louvores não colhem! alegrias não riem! tristezas não choram!
A cabeça, sublime; o coração, paixão; os genitais, beleza; mãos e pés, proporção.
Como o ar para o pássaro, ou o mar para o peixe, assim o desprezo para o desprezível.
O corvo queria tudo negro; a coruja, tudo branco.
Exuberância é Beleza.
Se seguisse os conselhos da raposa, o leão seria astuto.
O Progresso constrói caminhos retos; mas caminhos tortuosos sem progresso são caminhos de gênio.
Melhor matar um bebê em seu berço que acalentar desejos irrealizáveis.
Onde ausente o homem, estéril a natureza.
A verdade jamais será dita de modo compreensível, sem que nela se creia.
Suficiente! ou demasiado.


Os Poetas antigos animaram todos os objetos sensíveis com Deuses e Gênios, nomeando-os e adornando-os com os atributos de bosques, rios, montanhas, lagos, cidades, nações e tudo quanto seus amplos e numerosos sentidos permitiam perceber.
E estudaram, em particular, o caráter de cada cidade e país, identificando-os segundo seu deidade mental; Até que se estabeleceu um sistema, do qual alguns se favoreceram, & escravizaram o vulgo com o intento de concretizar ou abstrair as deidades mentais a partir de seus objetos: assim começou o sacerdócio;Pela escolha de formas de culto das narrativas poéticas.E proclamaram, por fim, que os Deuses haviam ordenado tais coisas. Desse modo, os homens esqueceram que todas as deidades residem no coração humano. 


  
Posted by Hello 

Chemical Wedding (Dickinson/Roy) 
Casamento Químico

How happy is the human soul 
Quão feliz é a alma humana 
Not enslaved by dull control 
Não escravizada por dúbio controle 
Left to dream and roam and play 
Deixada para sonhar e vagar e brincar 
Shed the guilt of former days 
Difluindo a culpa de dias moldados 
Walking on the foggy shore
Andando no nevoado litoral   
Watch the waves  come rolling home
Assistindo as ondas  chegarem rolando de casa   
Through the veil of pale moonlight 
Pelo véu da pálida luz da lua 
My shadow stretches out its hand... 
Minhas sombras estiram suas mãos... 
Chorus: Refrão: 
And so we lay
E então nos deitamos   
We lay in the same grave 
Nos deitamos na mesma cova   
Our chemical wedding day
O dia do nosso casamento químico   
Chorus 
Floating in the endless blue 
Flutuando no infindo azul   
My seed of doubt 
Minha semente de dúvidas  
I leave to you 
eu deixo com você   
Let it wither on the ground
Deixe-o definhar no chão   
Treat it like a plague  you found 
Trate-o como uma epidemia  que você achou   
All my dreams  that were outside 
Todos os meus sonhos  que estavam lá fora 
In living colour, now alive 
Em claras cores, agora vivas 
And all the lighthouses 
E todas as luzes de casas 
Their beams converge 
Sua cobertura cintilante 
to guide me home... 
que me guia para o lar... 
Chorous




 Posted by Hello
"A mesma formação de Accident Of Birth. Este é mais um disco imperdivel, mais pesado, com bons riffs de guitarra. A parte instrumental ficou perfeita e as letras se encaixaram perfeitamente. É dificil destacar uma música em especial, mas a faixa título e "The Tower" (cujo riff inicial lembra o Iron da fase Killers) são verdadeiras obras-primas. A arte do encarte é um caso à parte. A "química" das faixas realmente funcionou. Bruce baseou suas letras em poemas do inglês William Blake, que tinha como tema principal a alquimia, ciência que tinha como objetivo tranformar ferro em ouro."

Blake  Posted by Hello

* Bem, taí um pouco de Blake um poeta fodíssimo, um dos que mais gosto, influenciou até no nome da banda "The Doors" e Dickinson que não precisa nem de comentários... pra quem não sabe é o vocal do Iron Maiden - que tb não necessita de elogios senão o post n acaba - e faz esse trabalho paralelo incrível. Poesia e Heavy Metal numa sonoridade única, sou fã dessas duas figuras fenomenais.  Desculpe, se você não curte  ao menos leia um pouco de Blake, mas se gostar vê a letra da música que é muito boa meeesmo!!




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