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25 outubro 2011

Sobre um Livro de Comentários Perdido

Posted on 10/25/2011 03:57:00 AM by Pedro Neiva


Hoje reli coisas antigas no tempo, reli e me impressionei comigo mesmo. Por vezes acho-me gasto como grafia de caneta borrada, por gostas de água de uma biqueira alta, com ares de carrasco. A impressão que tenho é a de que minha estrela não brilha mais tão intensamente como antes, como num lapso desesperançoso, em uma cadeira de rodas imaginária, usando um cachecol que não combina com nada mais além de um desconforto iludido, expirado pra fora do peito (suspiro). São tantas mensagens positivas, tantos depoimentos, tantas palavras de força, de carinho, de admiração... Tanta coisa boa que não me ajudou nem sequer a atravessar uma rua... Pois infelizmente só eu mesmo poderia me ajudar, e acredite, eu tenho achado finalmente que isso é uma boa idéia. Agora estou rindo de mim mesmo num sorriso como tantos em minhas fotos, porém, só por dentro.

Acho-me asno por ser tão teimoso, acho-me teimoso por ser tão taurino e a culpa é toda do zodíaco, não minha, prefiro categoricamente me eximir dessa culpa, porque culpa é o que eu mais carrego, e não há mais espaços sinapticamente vagos, não há. Eu queria acordar numa ilha deserta, eu, uma mulher que eu ame e muitas planícies pra vadiar, mas a vida não é um sonho, na verdade nem o sonho é um sonho, o sonho é um desabafo simbólico do inconsciente. Enquanto isso vou me descobrindo entre problemas e não posso apelar para um super-herói qualquer, meus heróis são meus pais e um cara que me cobra por hora pra me falar verdades das quais eu preciso ouvir.

Sinto-me um besouro ricocheteando numa lâmpada econômica de 60 w, economizando pro amanhã, guardando energias, adiando a felicidade por acreditar em acordos de boca fluorescentes.
E para aqueles pra quem me dediquei em vão eu vos digo: Cuspa na minha mão como em Batter town, corte sua mão junto a minha, em pactos de sangue frágeis, e as ciganas não enxergarão mais nenhuma linha dominante nelas. Me enrole, me engane, finja, interprete malmente sua verdade e eu prometo partir no próximo ônibus espacial pra fora do seu planeta cosmicômico. Me colecione como eu te venero, esbarre em mim como eu me atirei em você e então estaremos quites, mas antes despedidamente, me olhe nos olhos e me ejete pra longe de uma vez, porque o muro se cansa do grafite assim como a falésia se deixa levar pela água, sem que esta arranque dela nenhum punhado de admiração.
Não peço nada em troca além de proporcionalidade exata e cativa. E para aqueles por quem me dedico de bom grado eu vos digo: Obrigado pelo carinho!

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