09 agosto 2008
Criador e Criatura
Posted on 8/09/2008 01:38:00 AM by Pedro Neiva
Sentados à luz de uma lareira esplendorosa que espantava a golpes a escuridão daquela noite fria, homens da cúpula do rei Alicário II, filho de Anamatério “O Eterno Sal”, estavam reunidos numa noite de festa e cantigas em meio a um lauto banquete e belíssimas dançarinas. Viam-se abastardos com o tempo da caça e da colheita e adoçavam a boca com um vinho da adega que só era aberta uma vez por ano, eles esperavam atentamente as estórias do mago Ozilus de Escandelarte, o maior dos magos tendo vivido todas, e mais alguns dias, das 40 gerações passadas. Ozilus chamou a todos para a sacada da imensa varanda lateral e contou-lhes uma estória jamais sabida:
“Contarei uma estória de um povo que viveu há muitas eras de distância de nós, há muitos mundos de caminhada sem fim, eram seres fabulosos, criaturas perfeitas, porém, viviam sobre o julgo de uma maldição, viviam com eles em seu mundo, seres chamados de Problemas.
Eram chamados Homens, todos eles adestradores de problemas, dissolviam-nos para que pudessem descer por entre suas gargantas fatigadas e assim pudessem encontrar a paz de cada dia. Muitos deles não acreditavam no poder destes seres, mas eles eram a miséria dos homens.
Viver era adestrar problemas, um após outro, ou muitos de uma vez só, viver era como encarar o mar revolto em ondas, vagas que se recusavam a retroceder, uma maior que a outra, viver era como fugir do sol que nascia todos os dias
“Contarei uma estória de um povo que viveu há muitas eras de distância de nós, há muitos mundos de caminhada sem fim, eram seres fabulosos, criaturas perfeitas, porém, viviam sobre o julgo de uma maldição, viviam com eles em seu mundo, seres chamados de Problemas.
Eram chamados Homens, todos eles adestradores de problemas, dissolviam-nos para que pudessem descer por entre suas gargantas fatigadas e assim pudessem encontrar a paz de cada dia. Muitos deles não acreditavam no poder destes seres, mas eles eram a miséria dos homens.
Viver era adestrar problemas, um após outro, ou muitos de uma vez só, viver era como encarar o mar revolto em ondas, vagas que se recusavam a retroceder, uma maior que a outra, viver era como fugir do sol que nascia todos os dias
Problemas eram como bolas de neve, nasciam pequenos e ínfimos, se tornavam maiores como monstros do pesadelo real de quem os nutria calidamente com a falta de providência. Problemas não aceitavam menosprezo, problemas não aceitavam falta de atenção, problemas não aceitavam subestima alheia.
Estes seres maravilhosos foram forjados no fogo da vida com o intuito, a sina e a missão de adestrar problemas, de todos os tipos, de todos os credos, de todas as raças, de todo inconsciente coletivo. Problemas eram o passa-tempo amargo e edificante, problemas eram domesticados, amarrados e cativados para os que conseguiam dominá-los. A maioria deles tinha por ventura um ponto fraco, era no meio de seus olhos famintos por adestradores fracos (amadores da falta de experiência).
Um problema tinha neste mundo a missão de se agarrar com unhas e dentes sobre o alvo para o qual foi criado, um problema era feito para procurar, imobilizar, sugar e talvez destruir seu mestre. Contam que o ponto fraco destas criaturas era entre os seus olhos, e só podia ser tocado se olhassem a criatura de frente e encarassem-no fixamente, destemidamente, desmedidamente bravios.
O maior dos problemas era aquele que se instalava, criava, reproduzia e proliferava outros assim como o primeiro, criaturas ferozes e abomináveis. Contam que Sir. Amadeus D´Gaule, um grande cavaleiro, matou o maior dos problemas na colina do Desespero Errante, à margem do Penhasco dos Cortadores de Pulso, a leste da Vila do Desencanto, junto a uma grande depressão acidental. Seus esforços foram tamanhos que a batalha durou por 7 dias e 7 noites e, tendo Sir. D´Gaule abraçado a defesa do pobre dominado pelo mal grotesco, era de sua inteira responsabilidade matá-lo. Diz a lenda que eles se extinguiram afogados em seus próprios problemas e que seu mundo desapareceu num grande julgamento".
Fez-se grande silêncio;
“Agora voltem a beber o vinho de suas taças e agradeçam a bênção que nos foi dada com uma vida livre de medos e de criaturas como estas, capazes de destruir todo um mundo... Brindemos!”
Estes seres maravilhosos foram forjados no fogo da vida com o intuito, a sina e a missão de adestrar problemas, de todos os tipos, de todos os credos, de todas as raças, de todo inconsciente coletivo. Problemas eram o passa-tempo amargo e edificante, problemas eram domesticados, amarrados e cativados para os que conseguiam dominá-los. A maioria deles tinha por ventura um ponto fraco, era no meio de seus olhos famintos por adestradores fracos (amadores da falta de experiência).
Um problema tinha neste mundo a missão de se agarrar com unhas e dentes sobre o alvo para o qual foi criado, um problema era feito para procurar, imobilizar, sugar e talvez destruir seu mestre. Contam que o ponto fraco destas criaturas era entre os seus olhos, e só podia ser tocado se olhassem a criatura de frente e encarassem-no fixamente, destemidamente, desmedidamente bravios.
O maior dos problemas era aquele que se instalava, criava, reproduzia e proliferava outros assim como o primeiro, criaturas ferozes e abomináveis. Contam que Sir. Amadeus D´Gaule, um grande cavaleiro, matou o maior dos problemas na colina do Desespero Errante, à margem do Penhasco dos Cortadores de Pulso, a leste da Vila do Desencanto, junto a uma grande depressão acidental. Seus esforços foram tamanhos que a batalha durou por 7 dias e 7 noites e, tendo Sir. D´Gaule abraçado a defesa do pobre dominado pelo mal grotesco, era de sua inteira responsabilidade matá-lo. Diz a lenda que eles se extinguiram afogados em seus próprios problemas e que seu mundo desapareceu num grande julgamento".
Fez-se grande silêncio;
“Agora voltem a beber o vinho de suas taças e agradeçam a bênção que nos foi dada com uma vida livre de medos e de criaturas como estas, capazes de destruir todo um mundo... Brindemos!”
Assinar:
Postar comentários (Atom)
No Response to "Criador e Criatura"
Leave A Reply
Comente como queira...