17 julho 2004
Tom seco, ironia e descrença
Posted on 7/17/2004 04:39:00 AM by Pedro Neiva
...na verdade descobri que em tudo ou quase tudo que escrevo ou profiro, existe um tom depressivo, uma exteriorização de ironia perante a vida e falta de credo nas pessoas... "Eu não confio em ninguém com mais de 30, eu não confio em ninguém com mais de 32 dentes" é isso ai, a real é que não se deve confiar cegamente, não vá assim tão aberto, "fé cega e pé atrás". claro que confio em algumas poucas pessoas, gosto de várias delas e aquelas das quais gosto, devem sentir isso emanando de mim, do contrário... mas o detalhe é que pessoas são como projetos mal feitos, sempre nos decepcionam, não há jeito!, é como deixar um copo de vidro cair de suas mãos, ele sempre se quebrará independente do copo... é próprio do vidro, é próprio de nós seres terrenos.
Como não ver a vida com ironia? como não sentir o antagonismo entre o tempo e o homem, entre o sonho e o possível? é só observar a sua volta, quantas coisas estão certas e quantas estão erradas? o temor de não se saber quem somos... somos exatamente aquilo que os outros enxergam de nós mesmos, sim essa coisa de você pensar que se conhece não existe, simplesmente não existe, é duro mas não existe... Por que será que às vezes estranhamos nossa própria voz numa gravação? nosso comportamento num vídeo, por que nos vemos numa foto e pensamos: "eu estou diferente, eu não sou assim não, tá estranho" mas por que? se você há pouco se olhou no espelho? foi justamente por isso! quem se olhou no espelho foi você! e você não é o que você pensa ser lembra?. As outras pessoas podem te dizer o que você é, uma máquina fotográfica, um eletro-eletrônico qualquer pode fazer isso menos você. Isso é pura ironia, Podemos restritamente saber o que pensamos, podemos restritamente saber de nossos sentimentos porém podemos nunca exteriorizá-los, guardá-los conosco e o que está guardado não pode ser visto pelos demais, é o único poder que você tem: Esconder. Somente quando procuramos outro alguém pra desabafar é que mostramos a essa pessoa,nosso íntimo e através disso ela deduz do seu modo quem somos. Quem escuta tua confissão é teu verdadeiro conhecido.
Agora você vai me dizer que não se importa com o que os outros acham de você... nós dois sabemos que é mentira, isso não existe, simplesmente não existe, ninguém vive sozinho, apenas não nos importamos com certas pessoas... pra essas agente não está nem ai mesmo, "eu não ligo" mas basta aparecer alguém que nos interessa e ficamos paranóicos... medimos nossos gestos, fingimos, mudamos de comportamento, forçamos atitudes... não ligamos? isso é conversa! estou dizendo que isto está errado? não, só estou dizendo que quase tudo é ironia, a mesma pessoa para a qual fingimos pode tornar-se aquela para a qual não damos a mínima.
Regredindo na linha de pensamento acredito eu, que finalmente descobri o motivo pelo qual quase tudo que escrevo ou profiro carrega um tom depressivo, creio que seja porque enxergo grande ironia na vida e a causa disso... acho que é a falta de credo nas pessoas...
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